Aproximadamente 3 meses depois é boa altura para uma opinião definitiva: Third é o melhor álbum dos Portishead.
Não se menospreze o passado: as músicas que conheci há mais de uma década - através das primas e irmã - sobrevivem. A junção de uma então contemporânea electrónica com uma ambiência à la filme noir foi uma novidade. A sua sonoridade própria foi um marco.
Regressos de bandas costumam não dar grande resultado – seja por se reunirem, seja por voltarem após longo hiato, como o caso. Desta vez, valeu a pena a espera. Silence cresce aos poucos, desenvolvendo depois num ritmo hipnótico que acaba abruptamente. Hunters é um dos mais negros momentos – e dos melhores – da banda de Bristol. Qualquer um se apaixona pela beleza de The Rip – até os Radiohead: já a reinterpretaram. Small, com seu órgão psicadélico, convida-nos a acender um charro. Threads é o perfeito ponto final, terminando álbum com os ensurdecedores sons e gritos de Beth Gibbons.
Gritos ainda mais estridentes ao vivo. Não houve medo em abrir o concerto com Silence e baseá-lo no novo álbum, apesar dos temas antigos terem sido os mais aplaudidos. Porém, não tiverem o brilho dos de Third. Machine Gun arrasa a audiência com o seu ritmo infernal. Quero uma bateria daquelas.
Os Portishead poderiam viver do passado. Em vez disso, olham para a frente, com coragem. We Carry On fechou o concerto.
PS: Telemóveis em massa para os amigos ouvirem feedback, cantar desafinado de letras, berros histéricos… Uma audiência mais calada e respeitadora só engrandeceria o ambiente. Há concertos que dispensam manifestações exageradas de fanboyismo. Quem sabe, não terá sido isso que esteve a mais nos temas antigos.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Por outro lado, os fanáticos fizeram render na cadonga. Obrigado, meus otários. <3
Enviar um comentário