domingo, 20 de julho de 2008

O Medo.

Paralisa. Destrói. Corrói. Entristece. Separa.

Passa um rapaz por uma rapariga na rua. Acha-a interessante. Fala com ela? Pede-lhe um número? Marca um encontro? Não, não quer incomodar.

Um trabalhador é prejudicado pelo seu chefe? Vai enfrentá-lo? Exigir melhores condições? Não, pode perder o emprego e o sustento.

Todos os dias em toda a parte. As pessoas engolem e o medo vence. Oportunidades perdidas, relações destruídas. Aventuras que nunca existirão, momentos que se perdem como nados mortos. Receia-se incomodar, receia-se magoar. As palavras que deveriam ser ditas, os gestos que deveriam ser feitos...

Era bom não ter medo. Seria bom? Não é por aí. Ele é certo, sempre por cá andará. A verdadeira coragem está em enfrentá-lo. Sabiamente defendido por Panoramix em "Astérix e os Normandos".

Sempre foi o maior adversário. Várias vezes venceu. Várias vezes venci. Ainda assim, a memória das derrotas abate-se sobre mim com todo o peso do mundo.

Queria ganhar. Mais vezes. Sempre. Dizer o que tenho para - e que - dizer. Fazer o que tenho para - e que - fazer.
Queria-te ver ganhar. Ouvir-te falar, ver-te agir. Que se cesse esta estúpida bola de neve, destrutiva e crescente.
Que se fodam os receios. Insignificantes quando comparados com as aventuras que nos esperam. Não as percamos como às outras.

Vamos. Local do costume, hora do costume. Lá estarei, desta vez não serei vencido.


Paulo Vieira Castro

2 comentários:

Pedro disse...

Mas quem é esse Paulo Vieira Castro?

Anónimo disse...

http://www.pai.pt/detailssearch.ds?detailsListingId=y%3APT_2311557_15__1